ST-14 HISTORIOGRAFIA, TEORIA E ESCRITA DA HISTÓRIA: DESAFIOS DA HISTÓRIA CULTURAL

O escopo desta mesa é congregar pesquisas a respeito da produção historiográfica e dos debates teórico-filosóficos que envolvam, sobretudo, o campo da História Cultural. A História Cultural, em seu desenvolvimento, teve como característica o debate teórico com inúmeros campos de conhecimento: filosofia, antropologia, literatura, sociologia, etc.. Tais debates, alguns amistosos – por exemplo, entre Roger Chartier e Pierre Bourdieu –, outros revestidos de caráter mais beligerante – Carlo Ginzburg e Michel Foucault –, levaram os historiadores a modificarem e reinventarem sua produção. Logo o problema a ser estudado são essas transformações que correspondem à invenção, ao uso, ao desuso, a outras formas de uso das práticas historiográficas. Como propôs Michel de Certeau, a preocupação deste tipo de estudo é descrever as transformações históricas da história-disciplina-instituição. Ou seja, é o exame de seus procedimentos, conceitos, métodos, regras institucionais, formas de escrita e sua relação com a sociedade nos dois sentidos: as formas como historicamente a sociedade oferece/impõe problemas para a operação historiográfica e os efeitos do produto dessa operação na sociedade. O objetivo dessas discussões é abrir outras possibilidades para a produção historiográfica, “instaurar o gesto, risonho e filosófico, de inventar maneiras de pensar diferentemente”.