MC-8 DA VARÍOLA À FEBRE AMARELA: ESTUDANDO O BRASIL A PARTIR DAS DOENÇAS

A “história das doenças” nos apresenta um campo de estudos interessante para a compreensão entre contextos sociais e moléstias que convulsionaram o Brasil. Os surtos Variólicos e de Febre Amarela ao longo do período colonial flagelaram nativos, escravos, vilas e colonos além de afetar na conjuntura econômica das regiões que dependiam da mão de obra indígena e escrava. Inicialmente transportadas pelo comércio negreiro, os surtos de ambas as doenças têm uma longa duração na história do Brasil, sendo preocupação até recentemente. No caso de Febre Amarela, por exemplo, pode-se notar o esforço da investigação de uma vacina com o bacteriologista Domingos Freitas, a presença da Fundação Rockefeller e a criação da Fundação Oswaldo Cruz podem ser elencadas como exemplos de esforços para extirpar algumas doenças no país. Nossa proposta é trazer à baila as reflexões das doenças dentro de contextos sociais e suas interações como os discursos presentes. Em diversos recortes, seja pela relação sanitária e a busca por uma “identidade nacional”, por uma reestruturação no aparato tecnológico as produções de vacinas, através da disseminação de conhecimento na intelectualidade médica, psiquiátrica e da saúde como um todo ou pela relação econômica do trabalho humano, as doenças fazem parte da dinâmica das relações sociais, políticas, intelectuais e econômicas do país.

 Bibliografia:

Primeiro Dia:
FERLINI, Vera Lúcia A. Terra, trabalho e poder. São Paulo: Brasiliense, 1988.
MENZ, M. M. Reflexões sobre duas crises econômicas no império português (1688 e 1770). Varia História (UFMG. Impresso), 2014.
MILLER, J. C. Mortality in the Atlantic Slave Trade: Statistical Evidence on Causality‖. Journal of Interdisciplinary History, 1981.
MILLER, J. C. Way of death. Merchant capitalism and the Angolan slave trade 1730 – 1830. Wisconsin: University of Wisconsin Press, 1988.
SCHWARTZ, Stuart. B. Segredos internos. Engenho e escravos na sociedade colonial. 1550-1835. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

Segundo Dia:
BENCHIMOL, Jaime Larry. Febre amarela: a doença e a vacina, uma história inacabada. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2001.
HOCHMAN, Gilberto. A era do saneamento: As bases da política de Saúde Pública no Brasil. São Paulo: Editora Hucitec Anpocs, 1998.
KROPF, Simone Petraglia. Doença de Chagas, doença do Brasil: ciência, saúde e nação. Tese de Doutorado. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2006.
KUNH, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. 5ª. ed. Tradução de Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. São Paulo: Perspectiva, 1998.
LÖWY, Ilana. Vírus, mosquitos e modernidade: a febre amarela no Brasil entre ciência e política. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006.